Todo designer
sempre busca encontrar as melhores soluções para os problemas que lhes são
apresentados no decorrer do projeto, e com videogames isso não é diferente. Em
1972 quando saíram os primeiros videogames, o Pong da Atari e o Odyssey da
Magnavox, os jogadores conheceram também os primeiros gamepads da história.
Ambos utilizavam controladores giratórios para mover as raquetes do jogo. Por
serem os primeiros videogames, tanto os aparelhos quanto os seus controles eram
completas novidades na época. Mas os anos se passaram e novos meios de se jogar
foram desenvolvidos, entre os quais tivemos poucos sucessos e muitos fracassos.
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Nintendo 64 com microfone do Hey you, Pikachu! |
Uma grande
parte dos controles mais bizarros já inventados foram desenvolvidos pela
Nintendo, que sempre tentou criar dispositivos inovadores. Algumas de suas
tentativas foram bem-sucedidas, como o Wii Remote, porém outras passaram longe
disso, como é o caso do microfone para o game Hey You Pikachu. O jogo de 1998
vinha acompanhado de um microfone que deveria ser utilizado pelo jogador para
dizer comandos de voz para o Pikachu. O game seria interessante se não fosse o
fato do jogador ser obrigado a usar comandos de voz que não funcionavam
corretamente, para jogar.
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Mindlink em exposição |
Outra empresa
que tentou apresentar um controle à frente de seu tempo, mas que também não foi
bem-sucedida, foi a Atari. Em 1984 ela mostrou ao público o Mindlink.
Utilizando-se do sucesso do tema Ficção Científica que estava em alta na época,
o estranho dispositivo consistia em uma bandana especial que seria capaz de
transformar os pensamentos do jogador em comandos nos games. Ficou óbvio que
tudo não passava de uma jogada de marketing, e a real função do Mindlink era
usar o movimento das sobrancelhas para realizar simples comandos nos únicos
três games que foram lançados para o gadget: Bionic Breakthrough (uma versão do
clássico Breakout de 1976), Telepathy (um game de plataforma que lembra um
pouco Pitfall) e Mind Maze(um jogo estranho baseado na teoria da percepção
extra-sensorial).
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Uforce com os acessórios |
Como dito
anteriormente as desenvolvedoras de videogames sempre tiveram uma certa
fascinação por tecnologias dignas de filmes de ficção científica, e o microfone
do Hey U Pikachu e o Virtual Boy não foram as únicas tentativas de se revolucionar
o modo jogar. Muitos anos antes do lançamento Wii ou do Kinect, em 1989 a
Broderbund, empresa responsável por publicar o primeiro game de Will Wright
(Sim City) Raid on Bungeling Bay, lançou o U-force. Com o formato de um laptop
com detectores de movimento nos lugares onde ficariam o teclado e a tela, o
dispositivo para NES, podia ser usado de três modos diferentes dependendo qual
foi o jogo escolhido.
Quando estava
completamente aberto, num ângulo de 180º cada lado realizava um comando
diferente, através de um sensor que capturava o movimento das mãos sobre o
aparelho e podia ser usado em games como Mario Bros. Mas quando o U-force
estava aberto como um notebook podia ser usado com um sensor extra chamado
Power Bar, que era usado para aumentar a largura da área de detecção para o jogo de
boxe Punch-Out. Outra forma de se usar o aparelho era com um controle em
formato de manche que deveria ser encaixado na base do dispositivo para ser
usado em games de corrida. No fim das contas U-force era um controle muito
ruim, mas não por ser uma ideia ruim e sim por tentar fazer coisas que somente
se tornaram capazes há poucos anos com o Kinect e o com o Leap Motion.
Rodrigo Silveira