quarta-feira, 8 de julho de 2015

Controles estranhos

Todo designer sempre busca encontrar as melhores soluções para os problemas que lhes são apresentados no decorrer do projeto, e com videogames isso não é diferente. Em 1972 quando saíram os primeiros videogames, o Pong da Atari e o Odyssey da Magnavox, os jogadores conheceram também os primeiros gamepads da história. Ambos utilizavam controladores giratórios para mover as raquetes do jogo. Por serem os primeiros videogames, tanto os aparelhos quanto os seus controles eram completas novidades na época. Mas os anos se passaram e novos meios de se jogar foram desenvolvidos, entre os quais tivemos poucos sucessos e muitos fracassos.
Nintendo 64 com microfone do Hey you, Pikachu!

Uma grande parte dos controles mais bizarros já inventados foram desenvolvidos pela Nintendo, que sempre tentou criar dispositivos inovadores. Algumas de suas tentativas foram bem-sucedidas, como o Wii Remote, porém outras passaram longe disso, como é o caso do microfone para o game Hey You Pikachu. O jogo de 1998 vinha acompanhado de um microfone que deveria ser utilizado pelo jogador para dizer comandos de voz para o Pikachu. O game seria interessante se não fosse o fato do jogador ser obrigado a usar comandos de voz que não funcionavam corretamente, para jogar.

Mindlink em exposição

Outra empresa que tentou apresentar um controle à frente de seu tempo, mas que também não foi bem-sucedida, foi a Atari. Em 1984 ela mostrou ao público o Mindlink. Utilizando-se do sucesso do tema Ficção Científica que estava em alta na época, o estranho dispositivo consistia em uma bandana especial que seria capaz de transformar os pensamentos do jogador em comandos nos games. Ficou óbvio que tudo não passava de uma jogada de marketing, e a real função do Mindlink era usar o movimento das sobrancelhas para realizar simples comandos nos únicos três games que foram lançados para o gadget: Bionic Breakthrough (uma versão do clássico Breakout de 1976), Telepathy (um game de plataforma que lembra um pouco Pitfall) e Mind Maze(um jogo estranho baseado na teoria da percepção extra-sensorial).

Uforce com os acessórios 

Como dito anteriormente as desenvolvedoras de videogames sempre tiveram uma certa fascinação por tecnologias dignas de filmes de ficção científica, e o microfone do Hey U Pikachu e o Virtual Boy não foram as únicas tentativas de se revolucionar o modo jogar. Muitos anos antes do lançamento Wii ou do Kinect, em 1989 a Broderbund, empresa responsável por publicar o primeiro game de Will Wright (Sim City) Raid on Bungeling Bay, lançou o U-force. Com o formato de um laptop com detectores de movimento nos lugares onde ficariam o teclado e a tela, o dispositivo para NES, podia ser usado de três modos diferentes dependendo qual foi o jogo escolhido.


Quando estava completamente aberto, num ângulo de 180º cada lado realizava um comando diferente, através de um sensor que capturava o movimento das mãos sobre o aparelho e podia ser usado em games como Mario Bros. Mas quando o U-force estava aberto como um notebook podia ser usado com um sensor extra chamado Power Bar, que era usado para aumentar a largura da área de detecção para o jogo de boxe Punch-Out. Outra forma de se usar o aparelho era com um controle em formato de manche que deveria ser encaixado na base do dispositivo para ser usado em games de corrida. No fim das contas U-force era um controle muito ruim, mas não por ser uma ideia ruim e sim por tentar fazer coisas que somente se tornaram capazes há poucos anos com o Kinect e o com o Leap Motion.

Rodrigo Silveira

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